quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

IVC de dezembro

Os seis jornais mais vendidos do país, mantiveram suas posições em relação ao mês anterior, segundo dados do IVC de dezembro. Pela ordem: 1º Folha de S.Paulo, venda média diária 289.260, com queda de 2,89% em relação ao mês anterior; 2º Super Notícia – MG (282.503, queda de 0,94%), 3º O Globo (251.944, queda de 0,75%); 4º Extra (222.545, queda de 3,34%); 5º O Estado de S.Paulo (221.251, alta de 3,67%) e 6º Zero Hora (185.713, alta de 1,19%).

Com relação ao mesmo período do ano passado, O Globo caiu 14,10%. Os outros variaram entre queda de 3,40% (Folha) a um crescimento de 0,55% (Estadão).

Outros dados interessantes: os principais jornais populares do Rio tiveram queda em relação ao mês anterior, variando de 0,32% (Expresso da Informação) a 5,54% (Meia Hora). O Meia Hora (115.456 exemplares vendidos em média, por dia) teve queda no mesmo patamar (5,25%) que o outro jornal da empresa que o publica, O Dia (58.632). O ex-principal diário da editora, que já rivalizou em vendas com a Folha, hoje ocupa a modesta 18ª posição no ranking. Na comparação com dezembro de 2008, os dois tiveram reduções expressivas: - 35,35% e -39,42%. Será que foi isso que motivou a saída de Gigi Carvalho da presidência do grupo?

Não custa relembrar a história de O Dia. Da década de 40 a 1983, ele pertenceu ao ex-governador do Rio, Chagas Freitas, era um jornal do tipo “espreme e sai sangue” e vendia, sem muito marketing e esforço, 180 mil exemplares por dia quando foi vendido para Ary Carvalho, que o comprou com a ajuda do ministro Mário Andreazza e algumas construtoras. Ary determinou a reforma editorial do jornal, em 1987. Contratou Dácio Malta, do JB, para editor-chefe, aumentou salários e levou para O Dia profissionais do Jornal do Brasil, jornal de maior prestígio à época, O Globo, Última Hora, que agonizava, e outros veículos. As mudaças levaram o jornal a vender mais de 900 mil exemplares aos domingos e 450 mil nos dias de semana, no início dos anos 90.

Decisões equivocadas (a de partir para uma disputa com O Globo, o fechamento das edições regionais e mudanças na linha editorial, dentre elas), da então editora-chefe Ruth Aquino no comando da redação, fizeram as vendas do jornal despencar. Outro fator contribuiu para isso, o surgimento do Extra, do mesmo grupo de O Globo.

Ainda sobre populares cariocas, levando em consideração minha tese que os jornais esportivos se encaixam nessa categoria, vale registrar que o Vencer, vencer, vencer, voltado para a torcida do Flamengo, passou da 31ª posição para a 23ª. São 46.838 exemplares/dia, o que representa crescimento de 20,88% em relação ao mês anterior e de 175% (o segundo maior aumento entre os 95 jornais que constam na lista do IVC, em relação a dezembro de 2008) – o maior crescimento foi registrado pelo também popular Aqui (PE), cujas vendas subiram 295,51%, comparando-se com o ano anterior. É uma média de 20.780 exemplares/dia. O veículo é o 53º do ranking.

Grandecrescimento no mesmo espaço de tempo também foi registrado pelo popularzão do Amazonas, o Dez Minutos (118,93%, 71.052 exemplares e 16º do ranking).

Para finalizar, algumas disputas regionais:

Rio Grande do Sul – Zero Hora (6º, 185.713) x Correio do Povo (7º - 153.886 exemplares) x Diário Gaúcho (9º, 139.628, mesmo grupo da ZH).

Minas – Super Notícia (2º, 282.503) x Aqui (MG- Consolidado – 123.962 – 11º) x Estado de Minas ( 14º, 75.380) x O Tempo (21º, 47.588). x Hoje em Dia (29º, 41.047)

Pernambuco – Jornal do Commercio (30º.40.925) x Diário de Pernambuco (48º, 22.227) x Aqui (PE) (53º, 20.780)

Ceará – Diário do Nordeste (28º, 41.213) x O Povo (42º25.175)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

AFP pede desculpas. EFE fica em silêncio

O diretor regional da Agência France-Presse (AFP) para a América Latina enviou, às 23h30 (horário de Salvador) para A TARDE nota desculpando-se pela distribuição equivocada da foto do terremoto da China como se fosse a da tragédia no Haiti. A agência EFE, que também distribuiu a foto, permanece em silêncio. Eis a nota na íntegra:

Montevideo, 15/1/2010

"Bom dia. Apresentamos nossas desculpas pelo envio, em nosso serviço, de uma foto errônea publicada em sua edição de 14 de janeiro.

Algumas horas após o anúncio do terremoto no Haiti, nosso escritório de Washington procurou recuperar imagens por diferentes fontes, enquanto nossas equipes de fotógrafos e jornalistas começavam a se mobilizar em condições muito difíceis, sem possibilidade de comunicação. Várias fotos foram, então, obtidas no site de relacionamentos Twitter e enviadas com uma legenda precisando a fonte e, ao mesmo tempo, a nossa incerteza de poder certificar sua origem. A maior parte das imanges foram, efetivamente, tiradas após a catástrofe, mas duas delas se revelaram falsas. Uma dessas fotos mostrando os danos causados pelo sismo foi, na realidade, tirada após um tremor de terra no Chile, tendo sido retomada pela AFP e outras agências.

Quando o serviço foto da AFP se deu conta da manipulação, duas horas após o envio das imagens, foi transmitida uma nota de alerta a todos os nossos clientes pedindo que não as utilizassem e as invalidassem. Elas foram também retiradas de nosso site ImageForum.

Este erro, eu sei, causou sérios transtornos. Estamos desolados. Acreditem, estaremos vigilantes para não repeti-lo. Em seguida ao incidente, decidimos reforçar nossos sistemas de verificação para que este tipo de episódio não volte a acontecer, além de estudar a forma de melhorar a eficácia de nossos alertas junto a nossos clientes.

Cordialmente,

Francis Kohn, diretor regional para América Latina

Foto fraudada - parte II

Capa e página interna de A TARDE que tratam da questão da foto fraudada










Fraude coletiva

Inúmeros jornais e sites do Brasil e do mundo publicaram entre terça e quarta-feira suposta foto do terremoto do Haiti. Ela foi distribuída por pelo menos duas agências - EFE e AFP (France-Presse). Na verdade, a foto que ganhou a capa de várias publicações, incluindo A TARDE, e destaque em sites como o do Daily News e Washington Post era falsa. Tratava-se de uma imagem do sismo ocorrido na China, em 2008.

A fraude foi descoberta pelo diretor de redação do jornal Zero Hora (RS), Marcelo Rech. E doeu como um soco no estômago dos editores de A TARDE e, com certeza, nos vários colegas de ofício que confiaram na credibilidade das agências. Para resumir, A TARDE decidiu contar a história da fraude, questionar o mau uso das novas tecnologias de comunicação, reconhecer o erro e pedir desculpas aos leitores em uma página inteira, com chamada na capa. Guardarei esse material com muito cuidado. É excelente como ensinamento e utilíssimo para reflexão.


A decisão de A TARDE ganhou repercussão. A Zero Hora pediu para que enviássemos exemplar do jornal para que eles examinassem em um seminário interno a nossa reação. Até onde sei, eles divulgaram um artigo de Marcelo Rech na internet, que foi descoberto pelo fotógrafo Fernando Vivas. Vivas comentou com o repórter Valmar Hupsel , que alertou a secretaria de redação. Ciente do erro, tratamos de repará-lo com dignidade. As agências de notícias, porém, se recusam a admitir o erro de transmitir o material açodadamente. Vale lembrar que até o momento em que escrevo esse texto, vários jornais que publicaram a foto ainda não sabem da fraude.

Jornais publicam foto falsa do Haiti enviada por agências

Valmar Hupsel Filho

Foto publicada ontem em A TARDE e em incontáveis jornais e sites do Brasil e do mundo para ilustrar a matéria sobre o terremoto ocorrido na última terça-feira no Haiti é falsa. A imagem, na verdade, registra um sismo ocorrido em maio de 2008, na China. O material fotográfico foi distribuído pelas agências de notícias Agence France-Presse (AFP) e EFE e reproduzidas em meios de comunicação em diversos países.

O autor da descoberta da fraude foi o jornalista Marcelo Rech, diretor da RBS – rede de comunicação gaúcha responsável pela edição do jornal Zero Hora, que publicou a fotografia na página 3 da edição de ontem. “Desconfiei da imagem e lembrei que tinha visto a mesma foto no Dailly Telegraph, em janeiro, numa matéria sobre o terremoto na China. Coloquei ‘Earthquake (terremoto) China’ no google imagens e estava lá”, disse.

Rech conta que até ontem à noite diversos veículos, a exemplo dos respeitáveis Washington Post e Daily News, não haviam percebido o equívoco. Além de A TARDE, inúmeros jornais estamparam a foto na capa da edição de ontem, como o Diário do Comercio (SP), Hoje em Dia (MG), Diário de Natal (PB), Ottawa Citizen (Canadá), El Mercurio (principal jornal do Chile). Outros publicaram a mesma foto com destaque em páginas internas, como Correio (BA) e Extra (RJ).

Equívoco - A responsável pelo setor comercial da agência de notícias AFP, Magali Gonzalez, reconheceu que houve erro no envio da fotografia. Depois de entrar em contato com o escritório da AFP para a America Latina, em Montevidéu (Argentina), Gonzalez disse que a imagem foi disparada para diversos meios de comunicação com a legenda informando que ela foi capturada do site de mensagens instantâneas Twitter e foi cadastrada como sendo “supostamente” do terremoto ocorrido em Porto Príncipe, capital do Haiti. A TARDE fez download da imagem às 15h49 de quarta-feira.

A foto tinha uma legenda, em inglês, que, traduzida para o português, informava: “ imagem obtida através do Twitter supostamente mostra construções destruídas em 12 de janeiro de 2010 em Port-au-Prince, depois que um enorme terremoto medindo 7,0 abalou a empobrecida nação caribenha de Haiti, derrubou prédios, causando danos generalizados e pânico em funcionários e testemunhas da AFP. “O problema é que ninguém lê legenda de foto. Ainda mais em inglês”, justifica Gonzalez.

Já o delegado da agência de notícias EFE no Brasil, Jaime Ortega, informou que o primeiro fotógrafo chegou ao Haiti às 15 horas (horário de Brasília) de quarta-feira. Segundo ele, no período entre as 19h50 de terça-feira, quando aconteceu o terremoto, e as 15 horas de quarta, a agência retransmitiu fotos do site local www.radioteleginenhaiti.com. Na página inicial deste site consta uma mensagem, em inglês, em que o seus responsáveis não se responsabilizam pelas imagens porque estava recebendo fotos do mundo inteiro. Apesar do alerta, a agência distribuiu a fotografia do terremoto na China como se fosse o do Haiti para meios de comunicação de diversos continentes.

Ortega informou que a EFE recebeu a imagem falsa às 0h55 de quarta, e que, às 8h44 da manhã do mesmo dia, recebeu aviso de que a imagem em questão estava anulada. Não houve anulação do despacho. A TARDE, por exemplo, baixou imagem da EFE, às 16h09, sem que a agência tenha feito qualquer aviso de anulação. Na legenda da fotografia havia indicação de que o site www..radioteleginenhaiti.com seria a fonte. “Não sabemos ainda como a foto foi parar lá, mas pode ter sido um hacker que colocou a imagem na página”, disse Jaime Ortega.

Imediato - O PhD em Sociologia e professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, Marcos Palácios, analisa que este caso demonstra “a dupla face” da tecnologia. “Hoje, há uma quantidade enorme de informação circulando, mas muitas vezes não se sabe a procedência delas, o que acaba criando este tipo de ruído”, disse. Ele ressalta que casos como este reforçam a necessidade da presença do jornalista no trato com a informação, para checar a veracidade.

“Este é um reflexo da cultura do tempo imediato, onde a matéria tem que estar publicada quase no instante em que o fato está acontecendo”, avalia o doutor em comunicação e professor de fotografia da faculdade de Jornalismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), José Afonso Júnior. “A velocidade é o valor-notícia, muitas vezes mais valorizada que a informação bem apurada”.

De acordo com o estudioso, o avanço da tecnologia em telefones celulares permitiu que qualquer pessoa tenha uma câmera fotográfica no bolso. Mas, contraditoriamente, apura-se pouco a procedência das informações, mesmo com toda a facilidade oferecida pela tecnologia”, comenta Afonso Júnior.

“Manipulação de imagens existe desde que existe a fotografia”, afirmou o pesquisador pernambucano. Ele lembra de casos recentes, como as primeiras informações sobre o acidente com o Boeing da TAM, no final de 2007. Na ocasião, o site UOL chegou a publicar uma foto em que era mostrada uma pessoa pulando do avião. Mais tarde verificou-se que a imagem era manipulada.

O rastro escuro da mentira virtual

Florisvaldo Mattos - Editor-chefe de A TARDE


Na violenta trepidação do assombro com que a tragédia do Haiti se apossou das pessoas em todo o mundo, sem muito tempo e calma para analisar textos e imagens, A TARDE viu-se compelida a cometer o mesmo equívoco em que incidiram importantes meios de comunicação brasileiros e internacionais, à base do que fora divulgado por prestigiosas agências de notícia, tais como Associated Press, France Presse e a espanhola EFE, que retransmitiram para o mundo foto de grande carga dramática divulgada pelo Twitter. É a que A TARDE estampou em sua primeira página ontem, e era uma mentira, uma fraude, distribuída no torpor que causaram as primeiras notícias e imagens do terremoto em Porto Príncipe, capital do Haiti.

No mesmo engano, propiciado pela facilidade com que se manuseiam recursos de comunicação por redes sociais na internet, em grande parte delas sem a responsabilidade que não deve prescindir a divulgação de informações a públicos cada vez mais delas necessitados, se viram enredados jornais como o brasileiro Zero Hora e o americano Washington Post. Na verdade, a foto transmitida falsamente pelo Twitter não era do Haiti, mas de aterradores danos causados por terremoto na China em 2008, que arrasou a província de Sichuan.

A realidade com que se defronta o mundo da comunicação nos dias de hoje com uma formidável cartografia de riscos permitidos pelo manejo irresponsável da informação por ferramentas virtuais, como blogs, microblogs e outras formas de divulgação veloz e instantânea, sustentada por tecnologias de ponta cada vez mais avançadas, porém descomprometidas com procedimentos que norteiam o jornalismo profissional, há mais de um século, uma conquista da revolução do humanismo, expõe ameaças assustadoras apontadas contra os pilares éticos que inspiram e sustentam a histórica credibilidade de sua prestação de serviço a bem da evolução do homem e da sociedade.

Diante da fragilidade a que esse laboratório de inseguranças expõe a humanidade, espalhando-se irrefreavelmente por meio da internet, sem que no momento se divisem fórmulas de impor-lhe freios e disciplinamento, cabe ao jornalismo impresso alçar-se e, com a autoridade conquistada ao longo dos anos, advertir dos perigos que a desinformação e a ação degenerescente dos que usam tais redes sociais podem causar universalmente num crescendo às pessoas, esforçando-se para que a credibilidade da informação se instale num campo que ainda a desconhece.

Enquanto o mundo, comovido e impotente, assistia o desastre que a natureza revolta infligia ao povo do Haiti, com as mais desencontradas informações e o desespero circulando nas primeiras horas de sua eclosão, elementos irresponsáveis se valiam de um instrumento que entusiasma e encanta o planeta, para criminosamente divulgar uma imagem que induzia os meios de comunicação ao erro, confiados no prestígio e na força das agências que a propagavam.

Em face disso, apoiada na credibilidade que informa, há quase um século, a sua relação com seus leitores, A TARDE sente-se no dever de pedir-lhes desculpas, permanecendo no seu cotidiano de produzir e publicar informações com responsabilidade e seriedade.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Tribuna da Bahia: apelo ao Senhor do Bonfim

Tribuna da Bahia mistura festa do Bonfim com terremoto e faz manchete e capa engraçadas

Antigos recursos

Capa do Extra usou recursos que foram difundidos pelo Jornal da Tarde: capa pôster e legenda, sem manchete.

Tragédia em plano aberto

Plano geral da tragédia foi evitado na maioria dos jornais, menos em A TARDE. Boa também é a história do capitão baiano que se salvou da tragédia porque estava cansado e pediu para outro colega acompanhar Zilda Arns.

Foto impactante

A imagem mais impactante, na minha opinião, está na capa do The Wall Street Journal

O Haiti e as primeiras páginas

Tendência das capas dos jornais na cobertura sobre o terremoto do Haiti é ressaltar imagens de vítimas, seguindo a cartilha de que o leitor se identifica com a história, se coloca no papel das vítimas (pensa que poderia ter sido com ele). Essa tendência é bem sintetizada na página do Correio Braziliense. As cenas de destruição em plano aberto, que costumam ser exploradas no cinema e foram usadas com ênfase quando houve a derrubada das torres gêmeas foram menos exploradas. Isso também se deve a preocupação excessiva com a qualidade da foto e a preocupação com os limites de ampliação de material proveniente de celulares ou do twitter.

Em A Tarde, optei por ela, já que defendo que uma capa temática deve ressaltar os diferentes componentes do drama. Por exemplo, poucos jornais deram na primeira página fotos dos soldados brasileiros que morreram em missão militar no Haiti. Acho isso relevante, mas houve uma preferência dos editores em mostrar o sofrimento dos haitianos em vez dos jovens militares através das fotos. Por quê?.

A capa pôster do Extra se vale de uma foto semelhante publicada no Jornal do Brasil, salvo engano no final da década de 1970, que rendeu um prêmio esso de fotografia para Carlos Mesquita. Nela, um pai carregava o filho morto no colo após um deslizamento na região serrana do Rio. Faz recordar também recurso utilizado pelo Jornal da Tarde em ocasiões como a derrota do Brasil na Copa da Espanha e no dia em que o Congresso não aprovou as eleições diretas. Foram capas sem manchetes; apenas imagem e legenda.

Após ter visto mais de 200 fotos para definir a edição de ontem de A TARDE, a imagem que mais me chamou atenção nas edições de hoje foi a do Wall Street Journal. Se tivesse que optar por uma única foto na capa, teria escolhido essa.

Hilária foi a solução do jornal Tribuna da Bahia, que ao tentar misturar a festa do Bonfim com o terremoto, mandou essa manchete: "Que o Senhor do Bonfim nos livre de uma tragédia dessa".