terça-feira, 24 de agosto de 2010

Exploração das praias


A questão da orla de Salvador, onde as barracas de praias estão sendo construídas, me fez lembrar das praias no Sul da Itália, onde muitas delas são exploradas por hotéis e restaurantes. Para entrar em áreas com espeguiçadeiras, sombreiros, seguranças e salva-vidas paga-se entre 8 euros (R$ 18,40) e 18 euros (R$ 41,40).

Existem espaços públicos - faixas entre 20 e 40 metros de extensão - , ao lado dos privados. Também impressiona que nos trechos públicos apareçam placas de riscs, de falta de guarda-vida.


A exploração desses espaços é muito antiga. Fiz a foto de uma placa que mostra que ocorre desde 1915.

De qualquer forma, apesar da infraestrutura, acho que tanto em Salvador, quanto na Ilha de Capri, Sorrento e Positano é necessário permitir que os banhistas tenham direito de usufruir mais e que privatização tem limites.
 As fotos de cima para baixo: 1) Área privada na Ilha de Capri. 2) Área pública em Capri.3) Área pública entre as áreas privadas em Sorrento. 4) Os preços das áreas de banho em Sorrento. 5) Início da exploração do local. 6) Capri e suas praias privadas.





quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Pompéia, Vesúvio e o Museu Arqueológico

O que mais me impressionou na visita à Itália foi Pompéia e os objetos que foram encontrados lá e estão em exposição no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, instalado em um prédio de 1615. A visita a eles e ao Vesúvio se complementam. Quem não vai a um deles perde a dimensão da grandeza dos seres humanos daquela época e da grande tragédia que se abateu sobre a região.

O material é fenomenal. Engloba os diferentes estilos de pintura existentes antes de Cristo; trabalhos lindíssimos de vidro, cuja técnica foi desenvovida no século 1 D.C; instrumentos cirurgicos e muito, muito mais. Fiquei fascinado.

Impressionou-me como o homem conseguiu desenvolver tudo isso com parcos recursos. Orgulhei-me da nossa espécie.

Vi que há muita coisa para se estudar e que aprendemos muito pouco. Eu, por exemplo, desconhecia as diferentes escolas de pintura dessa época. Nenhum professor falou sobre isso. Tive vontade de largar o jornalismo - cada dia mais burocrático - para pesquisar sobre essa área.

O acervo inclui uma máquina de desenrolar papiros, pois poucos milhares foram preservados pelas cinzas, após a erupção do Vesúvio, no ano 79. O equipamento ajudou a esclarecer muitos detalhes da vida naquela época.

Tudo isso é apenas uma das coleções existentes no Museu, que possui ainda a  Coleção Egípcia (composta de coleções privadas e que inclui peças de Pompéia e outras cidades da região de Campanha), as Epígrafes (com importantes inscrições gregas, etruscas e latinas), o Gabinete Secreto (inicialmente gabinete de objetos obscenos, que estava fechado), os Mosaicos (seção formada por fragmentos de decoração de pisos e paredes de Herculano, Pompéia e Stabiae, com emblemas, cenas e figuras de inspiração grega), além de exposições avulsas.

As fotos acima são de Pompéia. Ao lado e abaixo imagens da boca do Vesúvio, do início de minha escalada, do Museu Arqueológico de Nápoles, de um dosquadros e da máquina de desenrolar papiros.




























quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Um pedaço de Nápoles

A Via Tribunali é um manancial de sabores. Nela, concentram-se algumas das pizzarias e pâtisseries mais famosas da Itália. Pela estreita rua, que é a principal ligação leste-oeste do centro histórico de Nápoles, onde os pedestres disputam espaço entre vespas e carros que não obedecem a sinalização (não existe veículo que trafegue pela região que não tenha parte da carroceria amassada) é impossível resistir às tentações gastronômicas.

Com uma fachada acanhada, a Antica Pizzeria e Friggitoria Di Matteo, fundada em 1936 (Via Tribunali, 94), esconde dois salões onde se pode degustar pizzas de diversos sabores, que custam entre 3 (R$ 6,90) e 8 euros (R$ 18,40), e frituras, cujo paladar justifica o abandono temporário de dietas e preocupações com o corpo.

Dentre os diversos tipos de alimentos fritos, recomenda-se os panzarottis (massa frita recheada com mussarela), melanzanes (farinha de trigo e berinjela fritas), e , principalmente, o arancini (bolinho de arroz originado na Sicília, preparado com molho de tomate e recheado com carne, mussarela e ervilha). Os preços são convidativos: variam de 20 centavos (R$ 0,46) a 1 euro (R$ 2,30).

Di Matteo ostenta em suas paredes fotos do ex-presidente americano Bill Clinton, que esteve em Nápolis, em 1994, para uma reunião entre chefes de estado e quis experimentar uma pizza “verdadeira”. Também venera Diego Maradona, o ex-craque argentino que tantas alegrias deu para o time azul e branco da cidade, e mantém uma cabeça de louça do ex-jogador numa prateleira.

Um pouco mais adiante, para quem ainda tem espaço na barriga, aconselha-se um pitstop na Patisserie S.Capparelli, onde é possível comer tortelletes de limão (2 euros – R$ 4,60) e doces de frutas vermelhas, pistache, café. Não esqueça, porém, de experimentar o babà, que teria surgido na Polônia, mas que conquistou o mundo a partir de Nápoles e transformou-se em adjetivo para uma pessoa meiga.

Feito com gruma (farinha de trigo), esse pãozinho tem o poder de absorver bem o rum que é derramado sobre ele e que nos deixa com vontade de comer bem mais do que um. O preço é convidativo 80 centavos de euro (R$1,84) o pequeno e 1 euro (R$2,30), o grande.