Um bebê com pouco mais de um quilo explodiu para a vida, ontem, às 13h30, no calçadão de Ondina. O menino, ainda sem nome, nasceu no Dia Mundial da Saúde, sem que sua mãe, a guardadora de carros Lucicleide da Anunciação Bispo, 32 anos, jamais tenha feito um exame pré-natal. Lutando para viver, o pequeno prematuro foi amparado pela médica fisiatra Lícia Ferreira Carneiro, 31, grávida de sete meses. Ela teve de reanimá-lo, pois ele veio ao mundo sem pulsação.
Em oito anos de profissão, foi o primeiro parto e a terceira vez que Lícia fez massagem cardíaca em uma criança – numa delas, o paciente não resistiu. A história que uniu duas mulheres que vivem em mundos diferentes na mesma Salvador não foi a única que marcou a data criada pela Organização Mundial da Saúde.
Cenas de descaso e protesto ocorreram no Hospital Geral do Estado, onde 50% dos funcionários cruzaram os braços contra o que chamam de distorções do plano de carreiras, cargos e vencimentos, aprovado em janeiro pela Assembleia Legislativa.
A manifestação aumentou a demora pelo atendimento na unidade, que até o meio-dia tinha recebido 250 pacientes. Cleonete Ferreira de Jesus, por exemplo, ficou numa ambulância à espera de socorro após enfrentar quatro horas de viagem e 287 quilômetros entre Capim Grosso e Salvador.
Nem ontem a dengue deu trégua: mais uma pessoa, a 12ª, morreu em Itabuna. Em Feira de Santana, a preocupação com a doença fez médicos iniciarem campanha para adiar a micareta. Num dia em que deveriam ser celebrados bons resultados, ficou claro que as autoridades municipais e estaduais têm de tomar muitas providências para dar um atendimento adequado à população | SALVADOR | PÁGINAS A4 E A5 | BAHIA | PÁGINA B8
“Ainda há muito o que fazer”
Jorge Solla, secretário estadual de Saúde
“ Vamos melhorar a atenção básica”
José Carlos Brito, secretário municipal de Saúde
Impressionante e vergonhoso o descaso com a saúde pública. Impostos pagos, postos fechados e sociedade doente...
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