sábado, 17 de abril de 2010

Camisas 10

Leia abaixo a crítica que fiz para o livro "Os 11 maiores camisas 10 do futebol brasileiro", a pedido da editora do caderno 2 de A TARDE, Patrícia Moreira.

A Editora Contexto aproveita a proximidade da Copa do Mundo para lançar o livro “Os 11 maiores camisas do futebol brasileiro”, do jornalista e apresentador da Sportv Marcelo Barreto. É a sequência da série iniciada no ano passado com “Os 11 maiores técnicos...”, de Maurício Noriega, também da emissora de canal a cabo, que causou muita polêmica. É aí que reside o principal objetivo do livro – e dos que virão nos próximos meses, escalando seleções de laterais, centroavantes, goleiros, volantes: se vender pela discussão que gera qualquer lista restrita.

Nos meus tempos de menino, no campo improvisado do Larguinho, no centro velho do Rio, comparações sempre causaram debates acalorados – e, às vezes brigas -, mesmo quando os “craques”em voga eram Fernando Banana e Mauro Gordo.

O que Barreto faz, na realidade, é uma pesquisa que transforma os seus jogadores preferidos em verbetes, centrados nas trajetórias profissionais, exaustivamente reveladas nos jornais e nos 30 livros que ele inclui na bibliografia. O trabalho iniciado com explicações sobre os critérios para definir o que é um camisa 10 também serve como justificativa para deixar de fora da relação jogadores que fortaleceram a mítica em torno do número.

Como complemento, há entrevistas de ex-atletas e técnicos que conviveram com os homenageados. Aliás, o que poderia algo genial se transforma em elogios fáceis, poucas revelações e conversas apressadas, como a que é travada com Leonardo, ex-lateral do Flamengo e atual técnico do Milan, sobre seu parceiro Raí.

Ao escalar Zizinho, Pelé, Ademir da Guia, Rivellino, Dirceu Lopes, Zico, Raí, Neto, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká nas 256 páginas do livro de largas margens brancas, o mineiro Barreto foca, prioritariamente, o futebol do Sudeste, onde a maioria dos jogadores nasceu ou se projetou para a fama.

Ao Nordeste, por exemplo, restam referências a Rivaldo e a duas histórias que tiveram como palco a Bahia. Sobre o jogador pernambucano, ressalto o trecho que o humaniza e não está relacionado à sua atividade nos campos de jogo, uma raridade nos perfis. “Com o dinheiro que ganhou no Brasil e na Europa, mandou asfaltar as ruas do quarteirão onde cresceu, em Paulista (município da Grande Recife), comprou a melhor casa da rua e encheu-a de empregados que são proibidos de acordar a mãe – ela sempre dormiu até tarde, mas precisava sair cedo da cama para cuidar da família”.

Sobre a Bahia, o manjado episódio da façanha de Nildo, o homem que evitou o milésimo gol de Pelé, e a profecia feita por um pai de santo, que marcou a vida de Zizinho, durante a passagem do Flamengo por Salvador.

Enfim, não é na discussão que gira em torno da inclusão de Neto, cuja carreira acabou antes dos 30 anos, com brilho apenas no Corinthians, ou de qualquer outro camisa 10, que o livro desperta algum interesse. Se há algum mérito, reside em apresentar de uma maneira objetiva um pouco da história do futebol para novas gerações de torcedores.

Um comentário:

  1. Olá Amigo,
    Chequei ao seu blog atraves do Google procurando dados do IVC sobre jornais, pois estou realizando um trabalho para a faculdade sobre jornais. Gostaria de saber como você conseguiu esses dados e se poderia passa-los. Por favor entre em contato. Meu email é dougvin.santos@gmail.com

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