segunda-feira, 8 de março de 2010

Populares e jornalões: vendas e estratégias

Em vez de apresentar os números do IVC de janeiro, mostrando os veículos de comunicação que subiram ou desceram no ranking, apresento comparação entre os 10 maiores jornais populares e os 10 jornalões que mais vendem no país. O baixo percentual de venda avulsa (em bancas, supermercados, farmácias) dos jornais que se apresentam como de repercussão nacional chama atenção, como veremos adiante.

Vamos começar pelos populares. A seguir os 10 mais vendidos e o lugar que ocupam no ranking do IVC: Super Notícia (2º), Extra (3º), Meia Hora (4º), Diário Gaúcho (9º), Aqui consolidado (a soma dos Aqui MG, PE, DF, MA - 10º), Lance! (11º - esportivo incluído como popular por ter preço baixo, linguagem acessível e seguir a política de promoções do segmento), Agora SP (12º), Daqui- GO (13º), Expresso da Informação (14º) e Dez Minutos (15º).

A soma da venda média diária desses jornais é 1.399.214 exemplares, sendo que 97,9% são feitas exclusivamente em pontos de venda (ver gráfico abaixo).

Somente o Lance! e o Agora SP têm assinaturas. As assinaturas do Lance! - 3.451 - representam 2,8% da venda total (121.314). O único que realmente investe nesse modelo é o Agora, cujos assinantes representam 28,8% do total de leitores, ou seja, quase um terço do total. O popular do Grupo Folha é o 18º em assinatura entre 77 jornais no ranking do IVC.

Outros sete títulos não têm assinaturas. Os vários Aqui, do Diários Associados, possuem, curiosamente, dois assinantes (0,0016%).

Vale destacar, que mesmo sem assinaturas, a venda dos populares é superior 1,10% a dos jornalões. Eles também fizeram o mercado crescer e de alguma forma estimulam o aumento do índice de leitura. Mesmo assim, ainda há preconceito contra os populares, principalmente nas universidades.

Clique no quadro para ver a tabulação dos populares.







Sobre os jornalões

Os 10 mais vendidos e o respectivo lugar no ranking do IVC, em janeiro de 2010, são Folha de S. Paulo (1º), O Globo (3º), O Estado de S.Paulo (5º), Zero Hora (6º), Correio do Povo - RS (8º), Estado de Minas (16º), Valor (19º), Correio Braziliense (20º), O Tempo - MG (21º) e Gazeta do Povo- PR (22º).

A venda avulsa da campeoníssima Folha é de 7,53% do total, a terceira menor proporção entre venda em bancas e assinaturas no universo dos 10 maiores qualities do país. Se só tivesse os 21.538 leitores que compram o jornal motivado diariamente por sua primeira página, a Folha estaria em 49º lugar entre os 94 jornais que aparecem no ranking de vendas totais do IVC.

Piores proporções têm ainda o Correio do Povo (3,7%) e o Valor Econômico (4,39%). A venda avulsa absoluta do Valor é a menor: 2.482 exemplares.

As carteiras de assinaturas dos jornalões variam de 78,92% (Correio Braziliense) a 95,61% (Valor). E a venda avulsa representa, no somatório dos principais veículos deste segmento 12,10% do total.

Nos populares, que têm estratégia diferenciada e que precisam conquistar os leitores todos os dias nas bancas, o índice passa para 97,92% do total.

A venda em assinatura, não custa lembrar, está baseada em descontos, promoções e uma complicada logística, o que encarece os custos de produção. No entanto, há o conforto de se manchetar com temas de menor apelo e muitas vezes a opção por títulos burocráticos.
Clique no quadro para ver a tabulação dos jornalões.




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