segunda-feira, 29 de março de 2010

IVC de fevereiro - as maiores quedas

Além das quedas do Meia Hora e de O Dia, citados em postagem anterior, outra grande queda entre os 30 maiores jornais do país foi a do Diário de S.Paulo, comprado por J. Hawilla das organizações Globo. Em fevereiro de 2009, o jornal estáva em 17º lugar, venda média diária de 60.629. Doze meses depois, ocupa a 25ª colocação, com média de venda de 42.782 jornais.

IVC fevereiro - maiores altas

As maiores altas, comparando-se fevereiro de 2009 com fevereiro de 2010, entre os 30 principais títulos foram:

10º - Aqui (MG, MA, PE, DF - consolidado) - 80,80% (128.700)
13º - Dez Minutos (AM) - 73,02% (79.485)
21º - O Tempo (MG) - 35,87% (34.121)
28º - Hoje em Dia (MG) - 27,96% (40.537)

Ressalto ainda o crescimento do
42º - Correio (BA) 71.29% (25.574)
46º -Aqui (PE) 304,51% (23.219)

IVC de fevereiro - a gangorra dos jornais

As principais mudanças entre os 20 maiores jornais brasileiros em relação ao mês anterior, segundo o IVC de fevereiro de 2010:

- Extra passou O Globo (ambos são do mesmo grupo). Extra foi para 3º (271.830 exemplares/dia, em média) e o Globo (251.216) caiu para 4º.

- Estado de São Paulo inverteu posição com Zero Hora. Estadão é o 5º (227.003) e ZH o 6º (185.307)

- Correio do Povo também subiu uma posição. É o 7º (154.070)

- Meia Hora e O Dia tiveram quedas de vendas. MH passou de 7º para 8º (144.057). E O Dia manteve-se em 18º, mas sua vendagem caiu de 57.148 para 55.736. Interessante ver que em um ano os dois jornais da Editora O Dia tiveram grandes tombos. O Meia Hora despencou de 5º para 8º, de 218.856 para 144.057. Queda de 74.799 exemplares/dia, em média, ou de 34,18%. O Dia teve desempenho pior, caiu de 11º (92.183) para 18º (55.738). Ou seja - 39,54%.

- Dez Minutos (AM) pulou de 15º para 13º (79.485). O crescimento em um ano foi de 73%. Antes era o 23º (45.939)

- Estado de Minas (75.713) passou de 16º para 14º

- Daqui (GO) caiu de 13º para 15º (74.561)

- Expresso da Informação (RJ- Infoglobo), caiu de 14º para 16º (72.891).

- Correio Braziliense era o 20º e passou para 19º (55.284), invertendo a posição com o Valor (53.933)

IVC de fevereiro - em um ano nove jornais a menos

Em fevereiro de 2009, 101 jornais estavam cadastrados no IVC. Doze meses depois, temos 93. O que aconteceu? Cinco jornais da rede Bom Dia (Sorocaba, São José do Rio Preto, Jundiaí, Bauru e Fernandópolis - Marília ainda não existia) deixaram de divulgar suas vendagens individuais. Outros quatro se desfiliaram ou não mandaram os dados a tempo de ser incluído no ranking do mês.

São eles Tribuna de Petrópolis (RJ - a última vez que saiu foi em agosto de 2009, quando vendia 1.724 jornais diários), Estadão (RO- saiu em fevereiro de 2009), Tribuna Independente (AL - a última vez que apareceu foi em dezembro de 2009) e Diário de Natal (RN , que até o mês passador era o 90º colocado).

De lá pra cá, comparando-se a relação de fevereiro de 2009 com o mesmo período de 2010, só um jornal se filiou. Foi o Aqui-MA. Atulamente, o jornal maranhanse que faz parte da rede de populares dos Diários Associados está em 32º do ranking, com venda diária média de 39.400 exemplares.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Notícia de jornal

Desmentindo a afirmação de Chico Buarque de que "a dor da gente não sai no jornal". Edição de hoje (10/3/2010).

segunda-feira, 8 de março de 2010

Populares e jornalões: vendas e estratégias

Em vez de apresentar os números do IVC de janeiro, mostrando os veículos de comunicação que subiram ou desceram no ranking, apresento comparação entre os 10 maiores jornais populares e os 10 jornalões que mais vendem no país. O baixo percentual de venda avulsa (em bancas, supermercados, farmácias) dos jornais que se apresentam como de repercussão nacional chama atenção, como veremos adiante.

Vamos começar pelos populares. A seguir os 10 mais vendidos e o lugar que ocupam no ranking do IVC: Super Notícia (2º), Extra (3º), Meia Hora (4º), Diário Gaúcho (9º), Aqui consolidado (a soma dos Aqui MG, PE, DF, MA - 10º), Lance! (11º - esportivo incluído como popular por ter preço baixo, linguagem acessível e seguir a política de promoções do segmento), Agora SP (12º), Daqui- GO (13º), Expresso da Informação (14º) e Dez Minutos (15º).

A soma da venda média diária desses jornais é 1.399.214 exemplares, sendo que 97,9% são feitas exclusivamente em pontos de venda (ver gráfico abaixo).

Somente o Lance! e o Agora SP têm assinaturas. As assinaturas do Lance! - 3.451 - representam 2,8% da venda total (121.314). O único que realmente investe nesse modelo é o Agora, cujos assinantes representam 28,8% do total de leitores, ou seja, quase um terço do total. O popular do Grupo Folha é o 18º em assinatura entre 77 jornais no ranking do IVC.

Outros sete títulos não têm assinaturas. Os vários Aqui, do Diários Associados, possuem, curiosamente, dois assinantes (0,0016%).

Vale destacar, que mesmo sem assinaturas, a venda dos populares é superior 1,10% a dos jornalões. Eles também fizeram o mercado crescer e de alguma forma estimulam o aumento do índice de leitura. Mesmo assim, ainda há preconceito contra os populares, principalmente nas universidades.

Clique no quadro para ver a tabulação dos populares.







Sobre os jornalões

Os 10 mais vendidos e o respectivo lugar no ranking do IVC, em janeiro de 2010, são Folha de S. Paulo (1º), O Globo (3º), O Estado de S.Paulo (5º), Zero Hora (6º), Correio do Povo - RS (8º), Estado de Minas (16º), Valor (19º), Correio Braziliense (20º), O Tempo - MG (21º) e Gazeta do Povo- PR (22º).

A venda avulsa da campeoníssima Folha é de 7,53% do total, a terceira menor proporção entre venda em bancas e assinaturas no universo dos 10 maiores qualities do país. Se só tivesse os 21.538 leitores que compram o jornal motivado diariamente por sua primeira página, a Folha estaria em 49º lugar entre os 94 jornais que aparecem no ranking de vendas totais do IVC.

Piores proporções têm ainda o Correio do Povo (3,7%) e o Valor Econômico (4,39%). A venda avulsa absoluta do Valor é a menor: 2.482 exemplares.

As carteiras de assinaturas dos jornalões variam de 78,92% (Correio Braziliense) a 95,61% (Valor). E a venda avulsa representa, no somatório dos principais veículos deste segmento 12,10% do total.

Nos populares, que têm estratégia diferenciada e que precisam conquistar os leitores todos os dias nas bancas, o índice passa para 97,92% do total.

A venda em assinatura, não custa lembrar, está baseada em descontos, promoções e uma complicada logística, o que encarece os custos de produção. No entanto, há o conforto de se manchetar com temas de menor apelo e muitas vezes a opção por títulos burocráticos.
Clique no quadro para ver a tabulação dos jornalões.