sábado, 26 de dezembro de 2009

Ministros acumulam gastos com cartões e diárias

Matéria que fiz ontem para A TARDE:

Levantamento feitono no Portal da Transparência, da Controladoria Geral da União (CGU), mostra que pelo menos dois ministros acumularam recebimento de diárias com gastos de cartões corporativos em 2009. Até julho deste ano, eles não levaram em consideração recomendação feita pela CGU, em fevereiro de 2008, para que ministros não utilizassem os cartões. A orientação foi dada após escândalo que resultou no pedido de demissão da ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.

A saída da ministra ocorreu após a constatação de que ela gastou R$ 171,5 mil em viagens. As despesas eram equivalentes a R$ 14,3 mil mensais, R$ 3,56 mil acima de seu salário. Foram descobertos gastos irregulares, como a compra de produtos em um free shop.

SAÚDE - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que recebeu R$ 28.367,97 em diárias este ano, teve gastos de R$ 3.740,82com o cartão até 21 de julho, quando opresidente Lula assinou decreto proibindo o uso de cartões e aumentando o valor das diárias dos ministros. Em 2009, Temporão pagou com o cartão 12 diárias de hotéis de quatro e cinco estrelas em São Paulo, Porto Alegre, Porto Velho, Salvador, Belém, Vitória e Fortaleza.

Seus hotéis preferidos foram o Della Volpe, em São Paulo (quatro diárias), e o Pestana, em Salvador (duas vezes). Quatro despesas foram feitas em restaurantes. A maior conta com hospedagem – R$ 419,20 – foi paga ao Brasilton Hotel, em Belém (PA). Com alimentação, a mais
alta (R$ 191,17) foi na Churrascaria Indiana, em São Paulo.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, recebeu R$ 13.721,70 em diárias, entre fevereiro e setembro, e gastou R$ 889,45 com ocartão. Ele pagou diárias no Serghs Grand Hotel, em Natal (RN), e no Rota Brasil (SP) e uma conta de R$ 221, no restaurante Camarões Potiguar.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Agruras de um editor na pele de repórter

Experiência interessante que deveria ser vivenciada por todos os editores: fazer uma matéria e deixar outra pessoa editá-la, com liberdade. Foi o que fiz ontem. O resultado, no caso, me mostrou algumas barbeiragens, me fez voltar a sentir as agruras de repórter e me deixa mais atento no processo de edição, que retomo na segunda-feira, após um período de 15 dias como editor-chefe interino de A TARDE.

Alguns exemplos de falhas na edição, causadas pela necessidade de cortar as matérias.

No lide disse que os blocos afros de Salvador criariam uma Liga a partir de modelos de organização como a Liga da Escola de Samba do Rio de Janeiro.Mais adiante, acrescentava declaração do presidente do bloco Vulcão da Liberdade, Paulo Cambuí, de que eles tiveram contatos com modelos de gestão de diversas entidades, mas teriam que construir um sistema próprio para atender as especificidades do carnaval baiano. Tudo isso foi cortado e foi publicado faria a criação de uma entidade "nos moldes da Liga da Escola de Samba do Rio de Janeiro".

A segunda, é pior falha - e vou ficar por aqui para não parecer implicante - está no quadro sobre o que é necessário para concretizar os cinco principais projetos dos blocos. Estava escrito:

"Festival de música negra - Precisa de financiamento. É o porjeto mais caro. Está em torno de R$ 110 mil. Prevê a montagem de palco e estrutura, a participação de convidados e os custos com os processos para seleção das músicas"

Foi publicado:

"Festival - Concurso para escolha demelhor música negra das entidades".

Meu Deus, de onde saiu isso!